Engenharia de produção: o que faz, salário, grade e nota de corte

Postado em 11 de jan de 2023
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O Engenheiro de Produção é requisitado em quase todas as áreas do mercado. Da indústria ao setor de serviços, grandes e médias empresas contam com este profissional em seu quadro estratégico.

É ele que vai colocar a linha de produção em ordem e garantir a qualidade dos bens ou serviços disponibilizados pela empresa.

Mas você sabe quais são as atribuições da Engenharia de Produção? Continue a leitura e saiba mais sobre essa profissão!

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O que é a Engenharia de Produção?

A engenharia de produção é um ramo da engenharia cuja ocupação é planejar, implementar e monitorar processos produtivos nos mais diferentes segmentos de mercado.

Embora a Engenharia de Produção tenha se iniciado nas indústrias, hoje o profissional formado nessa área é requisitado tanto no setor de serviços quanto no de varejo, uma vez que possui um conhecimento profundo sobre o funcionamento das organizações.

O engenheiro de produção é responsável por gerenciar recursos humanos, físicos e financeiros da empresa, buscando sempre produtividade, eficiência e qualidade em todos os processos.

Para atingir esses objetivos, ele planeja, desenvolve e implementa sistemas produtivos com base em estudos de tempos e movimentos, sem descuidar da saúde do trabalhador.

Com base em seus conhecimentos, ele desenvolve fluxos de produção de otimizam o tempo e reduzem desperdícios, o que contribui para a rentabilidade da empresa na qual trabalha. 

As origens da Engenharia de Produção

A Engenharia de Produção começou a se desenvolver junto com a Revolução Industrial. Naquela época, o trabalho artesanal começava a ser substituído pela produção em massa, representada pelas indústrias, e o campo de trabalho ficou conhecido como Engenharia Industrial.

Com uma série de atividades a serem coordenadas, era necessário organizar o trabalho dos operários de modo a aumentar a produtividade. Por isso, a atribuição principal do profissional era desenvolver processos de produção cada vez mais eficientes.

Podemos colocar como marco inicial do campo do conhecimento da Engenharia de Produção os estudos do engenheiro americano Frederick Taylor (1856-1915). Em 1911, ele publicou o livro "Os Princípios da Administração Científica", que propunha aplicar o método científico da produção das fábricas na administração de empresas. 

No Brasil, a Engenharia de Produção se tornou profissão reconhecida em 1975, com a publicação da resolução nº 235 pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). O documento colocou o ramo da engenharia na modalidade industrial.

Em 1983, o Confea divulgou a resolução nº 288, que designou o título e as atribuições do engenheiro de produção.

Hoje a Engenharia de Produção está entre as graduações EAD mais procuradas pelos brasileiros, de acordo com o Censo da Educação Superior 2021.

Foto de 1885. Um homem, possivelmente Frederick Taylor, observa um engenheiro trabalhando na Midvale Steel Company, na Filadélfia. Kheel Center CC BY 2.0.Foto de 1885. Um homem, possivelmente Frederick Taylor, observa um engenheiro trabalhando na Midvale Steel Company, na Filadélfia. Kheel Center CC BY 2.0. 

O que faz um engenheiro de produção no dia a dia

A variar conforme o setor em que atua, o bacharel em Engenharia de Produção pode desempenhar as seguintes atividades, de acordo com a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro):

Engenharia de Operações e Processos da Produção

Projetar, operar e aplicar melhorias nos sistemas de fabricação/produção da empresa.

Logística

Fazer a gestão eficiente do transporte, da movimentação, do estoque e do armazenamento de insumos e produtos, com objetivo de reduzir custos, garantir a disponibilidade do produto, assim como garantir os níveis de qualidade exigidos pelos clientes.

Pesquisa Operacional

Resolver problemas reais por meio de modelos matemáticos. Consiste na aplicação de métodos científicos como lógica matemática, simulação, análise de redes, teoria de filas e teoria dos jogos, em geral a partir de processadores de dados.

Engenharia da Qualidade

Planejar, projetar e controlar os sistemas de gestão da qualidade do produto ou do serviço desenvolvido pela empresa.

Engenharia do Produto

Operar ferramentas e processos de projeto, planejamento, organização, decisão e execução na área de desenvolvimento de novos produtos.

Engenharia Econômica

Analisar resultados econômicos, avaliar cenários e alternativas e tomar decisões que impactam o negócio.

Engenharia do Trabalho

Fazer a gestão dos sistemas e ambientes de trabalho, tendo em vista as necessidades e habilidades dos colaboradores, visando a melhor qualidade e produtividade, bem como a preservação da saúde física das equipes.

Atribuições da área:

  • Projeto e Organização do Trabalho;
  • Ergonomia;
  • Sistemas de Gestão de Higiene e Segurança do Trabalho;
  • Gestão de Riscos de Acidentes do Trabalho.

Engenharia da Sustentabilidade

Garantir o uso adequado dos recursos naturais envolvidos nos diversos sistemas produtivos da empresa.

Também é sua responsabilidade dar a destino e o tratamento corretos aos resíduos e efluentes da produção, bem como implantar um sistema de gestão ambiental e de responsabilidade social dentro do negócio.

Educação em Engenharia de Produção

O engenheiro de produção também pode atuar como docente na educação superior em engenharia (graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão) e suas áreas afins. 

Onde um engenheiro de produção pode trabalhar 

Segundo a Abepro, os principais setores que empregam engenheiros de produção são:

  • Indústrias de automóveis, de eletrodomésticos, de equipamentos, entre outras;
  • Empresas de serviços, tais como: transporte aéreo, transporte marítimo, construção, consultoria em qualidade, hospitais, entre outros;
  • Instituições e empresas públicas, tais como: Correios, Petrobras, Agência Nacional de Energia, Agência Nacional de Petróleo, BNDES, entre outras;
  • Empresas privadas de petróleo, usinas de açúcar, empresas de telefonia, agroindústrias, indústrias de alimentos, bancos (parte operacional), seguradoras e fundos de pensão;
  • Bancos de investimento (na análise de investimentos).

Dentro de uma empresa, os diferentes departamentos onde o engenheiro de produção pode atuar são:

  • Design de produto: projeto, planejamento e detalhamento do sistema de montagem e fabricação;
  • Operações: distribuição dos produtos, controle de suprimentos;
  • Planejamento: planejamento estratégico de produção;
  • Financeiro: controle financeiro, controle dos custos, análise de investimentos;
  • Logística: planejamento da produção e da distribuição de produtos;
  • Marketing: planejamento do produto, análise de mercados a serem atendidos, análise de performance.

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Softwares de Engenharia da Produção

O software que o engenheiro de produção precisa dominar vai variar de empresa para empresa. Mas é preciso ter uma noção do funcionamento dos mais usados pela indústria.

Conheça os principais: 

  • Minitab: programa focado na análise de estatística mais complexa. Ele tem uma interface simples, mas possui diversos recursos, como controle de qualidade, planejamento de experimentos, estatística em geral e análise de confiabilidade; 
  • Lingo: software de modelagem que resolve problemas lineares e não lineares. Ele é usado para potencializar a análise de soluções e técnicas de otimização;
  • Arena: um ambiente para modelagem de processos, animação e análise estatística e de resultados. Também pode ser usado como simulador para área de manufatura;
  • SolidWorks: programa utilizado para projetar produtos, no qual você pode simular resistência, durabilidade e outras características;
  • Excel: ferramenta que possibilita a criação de tabelas e planilhas automatizadas. É um destaque se você quer trabalhar com gestão de qualidade, pesquisa operacional e Planejamento, programação e controle de produção. 

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Engenheiro de produção pode assinar ART?

Sim, dependendo do papel que ele exerce em um projeto.

ART é a sigla para “Anotação de Responsabilidade Técnica”, instrumento legal exigido pela fiscalização de serviços e obras. O documento funciona como um resumo do contrato firmado entre profissional e cliente, além de apontar quem são os responsáveis técnicos pela execução de atividades da área tecnológica.

Na construção civil, o engenheiro de produção só pode assinar a ART se ela abordar a obra de uma perspectiva global. No caso de ARTs mais técnicas e específicas, o profissional que deve assiná-las é o engenheiro civil. 

Já no ramo de estruturas metálicas, como na fabricação de porta-pallets, máquinas e equipamentos de grande escola, existem brechas na resolução nº 235 do Confea que permitem a assinatura da ART por um engenheiro de produção. No entanto, a prática não é recomendada.

Qual o registro do engenheiro de produção?

Toda pessoa graduada em Engenharia da Produção precisa se registrar no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do estado em que vai exercer a profissão.

Cada CREA oferece formas próprias para fazer o registro. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, é possível fazer o cadastro online. Mas há estados em que é necessário ir presencialmente à sede do conselho para se registrar.

No site do Confea, você encontra todas as informações de contatos dos 27 CREAs do país.

Mercado aquecido para a Engenharia de Produção

Por ser considerado uma formação coringa, ou seja, que possibilita que o profissional atue em diversos setores da economia, a Engenharia de Produção tem taxas de empregabilidade que se aproximam a 100%. 

Quem é graduado em Engenharia da Produção pode ocupar postos nas áreas de produção e operações de empresas da indústria extrativa, de transformação e de serviços. São áreas em que sobram vagas devido à falta de profissionais qualificados, segundo o Mapa do Trabalho 2022-2025 do Observatório Nacional da Indústria.

A formação abrangente da Engenharia da Produção permite que o profissional ocupe cargos de analista, supervisor, coordenação, gerente e diretor nas seguintes áreas de atuação:

  • Operações;
  • Logística;
  • Manutenção;
  • Pesquisa operacional;
  • Gestão da Qualidade;
  • Gestão do Produto;
  • Gestão de projetos;
  • Gestão da inovação;
  • Gestão de tecnologia da informação;
  • Gestão de riscos;
  • Gestão de custos;
  • Gestão ambiental;
  • Desenvolvimento sustentável;
  • Segurança do Trabalho.

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Quanto ganha quem é formado em Engenharia de Produção

O salário do engenheiro de produção varia conforme o nível de experiência e o porte da empresa contratante. De acordo com o site Salário.com.br, a média salarial do engenheiro de produção é de R$ 9.136,34 para uma jornada de trabalho de 43 horas semanais. O teto é de R$ 17.981,00.

Para chegar a essa conclusão, foram analisados dados do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web, entre dezembro de 2021 e novembro de 2022, considerando profissionais contratados no regime CLT de todo o Brasil.

Onde um engenheiro de produção encontra vagas de trabalho

Como dissemos, a área de atuação do engenheiro de produção é bastante ampla e a todo momento surgem novas vagas no mercado de trabalho.

Uma das maneiras mais práticas de ficar de olho nas oportunidades de trabalho para engenheiros de produção é nos seguintes sites: 

A diferença entre Engenharia de Produção e Administração

Apesar de conter muitos processos administrativos na Engenharia de Produção, existem diferenças entre ambas as profissões.

O engenheiro de produção utiliza seus conhecimentos na área de exatas para desenvolver e otimizar procedimentos das mais variadas naturezas. Por isso a grade curricular da graduação traz disciplinas específicas de Física, Química e Matemática.

Já o administrador atua em uma frente mais voltada ao controle, à gestão e à execução de processos. Dá para ver a diferença na formação desse profissional ao analisarmos as diretrizes curriculares do Ministério da Educação (MEC) para o bacharelado em Administração. Toda instituição deve oferecer uma formação que contemple os seguintes conteúdos básicos:

  • Economia;
  • Finanças;
  • Contabilidade;
  • Marketing;
  • Operações e Cadeia de Suprimentos;
  • Comportamento Humano e Organizacional;
  • Ciências Sociais e Humanas.

De certa forma, podemos dizer que a Engenharia de Produção é mais técnica, enquanto a Administração tem um viés mais humano.

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O perfil do estudante de Engenharia de Produção

A Engenharia de Produção é perfeita para quem gosta de Gestão de Pessoas, Economia, Administração e disciplinas de exatas como Física, Matemática e Química.

Todas as citadas se encontram na grade da Engenharia de Produção.

Quem opta por esse curso precisa ser criativo e versátil, pois é esperado que se saiba como se relacionar bem com as pessoas.

Também é preciso ter mente aberta para liderar colaboradores e aprender novas tecnologias, além de ser proativo para encontrar soluções.

Além disso, é interessante que o estudante goste de estudar línguas, saiba inglês e, se possível, um terceiro idioma. Isso porque existem muitas multinacionais contratando engenheiros de produção. 

 

A grade curricular da graduação em Engenharia de Produção

Cada instituição de Ensino Superior pode montar uma grade curricular de Engenharia de Produção que esteja de acordo com a realidade da região em que está inserida.

No entanto, o MEC determina que todo bacharelado em engenharia deve abordar os seguintes conteúdos básicos: 

  • Administração e Economia;
  • Algoritmos e Programação;
  • Ciência dos Materiais;
  • Ciências do Ambiente;
  • Eletricidade;
  • Estatística;
  • Expressão Gráfica;
  • Fenômenos de Transporte;
  • Física;
  • Informática;
  • Matemática;
  • Mecânica dos Sólidos;
  • Metodologia Científica e Tecnológica;
  • Química;
  • Desenho Universal.

Além do conteúdo teórico, toda graduação em Engenharia da Produção deve promover atividades práticas e de laboratório para os estudantes, em especial nas áreas de Física, Química e Informática.

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Duração da graduação em Engenharia de Produção

No Brasil, o curso de Engenharia de Produção dura 10 semestres, ou seja, 5 anos.

Essa é uma graduação que dá o título de bacharel ao formado, que precisa fazer um estágio supervisionado e entregar um trabalho de conclusão de curso (TCC) para receber o diploma.

A graduação pode ser feita nas modalidades EAD, presencial e semipresencial. 

Como funciona o estágio em Engenharia de Produção

O estágio é realizado em alguma empresa ou indústria parceira da instituição de ensino.

Por definição do MEC, o período trabalhado não precisa ser remunerado, a não ser que o estudante seja contratado neste modelo pela empresa em questão.

O estagiário é avaliado ao longo da experiência de trabalho e pode ser aprovado ou reprovado conforme a sua atuação.

A avaliação da disciplina consiste no relatório final do estágio, onde o professor responsável e o empregador avaliam o desempenho do estudante.

O TCC em Engenharia de Produção

O TCC do curso de Engenharia de Produção é parecido com os TCCs de outras graduações.

Ainda é um trabalho acadêmico em que é necessário articular com a teoria e prática aprendida durante o curso. Porém, é interessante que você se informe na instituição que estuda sobre o formato em que o TCC precisa ser apresentado.

Existe a monografia, que é o formato mais tradicional, mas também podem existir outros formatos aceitos, como o artigo científico e o estudo de caso.

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Nota de corte do Sisu para Engenharia de Produção

Oferecido pelo MEC, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) permite que pessoas que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) usem a nota para concorrer a uma vaga nas instituições de ensino superior públicas brasileiras. 

A nota de corte do Sisu para o curso de Engenharia de Produção varia de universidade para universidade. Confira as menores e maiores notas: 

  • Menor nota: 551.92, para ingressar na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • Maior nota: 805.57, para ingressar na Universidade de São Paulo (USP)
  • Nota média: 669.03

Onde cursar Engenharia de Produção com bolsa de estudos

Confira uma lista de instituições de Ensino Superior que oferecem a faculdade de Engenharia de Produção e contam com programas de bolsa de estudos: 

Todas oferecem a faculdade de Engenharia de Produção na modalidade semipresencial. O curso é reconhecido pelo MEC e tem altos índices de qualidade nos principais indicadores da pasta.

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Como escolher uma faculdade EAD

Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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