Saiba o que é fobia social e quais são os sinais mais comuns

Postado em 9 de dez de 2020
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Fobia social ou ansiedade social é um tipo de transtorno psíquico que se caracteriza pelo comportamento fóbico diante de interações sociais.

Apesar de estar sendo usado eventualmente para caracterizar a ansiedade comum relacionada aos encontros presenciais pós quarentena, o termo fobia social não se aplica a estes casos.

Os fóbicos sociais têm grandes dificuldades de relacionamentos interpessoais, característica presente desde a infância ou a adolescência.

Continue a leitura para entender o que é fobia social, quais são os sinais mais comuns e qual a diferença deste distúrbio para a timidez:

 

O que é fobia social 

A fobia social é um distúrbio psíquico caracterizado pela dificuldade de interação social. Quem tem fobia social sente ansiedade antecipatória diante do contato com outras pessoas, tendo medo de ser rejeitado ou humilhado nestas ocasiões.

Os fóbicos sociais podem apresentar os primeiros sinais desde a infância, sendo comum que o quadro se desenvolva na adolescência e progrida durante a vida adulta. 

No entanto, o diagnóstico só pode ser feito por um profissional, a partir da análise de um conjunto de fatores.

As crianças com tendência à fobia social são aquelas que se escondem atrás dos pais quando chega uma visita e que se recusam terminantemente a brincar com outras crianças, por exemplo. 

Nos casos em que o comportamento fóbico se manifesta na infância, há uma tendência de que a criança tenha herdado a característica dos pais ou aprendido ao observar o modo como a família reage a situações de interação social.

Contudo, pesquisas mostram que a fobia social é, em maior parte, desenvolvida a partir de fatores ambientais e não genéticos. 

Segundo o Dr. Márcio Bernik, médico psiquiatra, em entrevista ao site Drauzio Varella,  apenas cerca de 30% dos casos podem ser atribuídos a causas somente genéticas. O restante se deve a vivências complexas.

Crianças provocadas e maltratadas pelos colegas de escola ou que vivenciaram situações marcantes de rejeição e sofrimento são mais suscetíveis ao aparecimento da fobia social na vida adulta.

No que diz respeito à predisposição biológica, Márcio Bernik pontua que existem alguns fatores bioquímicos, como o hiperfuncionamento da amígdala e a baixa produção de serotonina, que podem desencadear quadros de fobia social.

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A diferença entre timidez, fobia social e introversão

Não existe um limite claro entre quadros de timidez, introversão e fobia social. No entanto, um marcador importante é a incapacitação.

Na fobia social, o indivíduo vê-se limitado por barreiras que ele não consegue transpor e, em geral, é prejudicado em sua vida funcional. Nesses casos, é preciso buscar ajuda profissional.

Não conseguir apresentar trabalhos, fazer uma entrevista de emprego, realizar uma prova oral, fazer amigos ou iniciar relacionamentos amorosos são características que diferenciam a fobia social das demais formas de introversão.

Relatos de pessoas que conseguem ir a festas e fazer seminários, mas depois parece que foram “atropeladas por um trem” também indicam a necessidade de tratamento.

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Sintomas da fobia social 

O paciente com fobia social, se exposto subitamente a uma situação difícil, que, nesse caso, vem a ser qualquer interação social, pode apresentar reações corporais como:

  • Ansiedade
  • Taquicardia
  • Sudorese abundante
  • Falta de ar
  • Mãos geladas e úmidas
  • Dor de barriga
  • Diarréia
  • Urgência miccional
  • Ondas de calor
  • Rosto ruborizado
  • Tonturas

Os sintomas acima são manifestações chamadas de hiperatividade autonômica, ou seja, hiperatividade do sistema nervoso autônomo.

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Problemas que a fobia social pode trazer para a vida da pessoa

Como mencionado anteriormente, os principais problemas que a fobia social pode trazer ao indivíduo são prejuízos à sua vida funcional e emocional.

É possível que a pessoa se prejudique na faculdade e no mercado de trabalho, por não ter habilidades sociais importantes para o desempenho acadêmico e profissional.

Além disso, após muitos episódios de crise fóbica, a pessoa fica suscetível a desenvolver quadros depressivos. 

O medo constante de se colocar em uma situação vexatória pode levar ao isolamento total, dificultando os laços emocionais com pessoas em situações parecidas, por exemplo, o que poderia aliviar os níveis de estresse e ansiedade social.

Como ajudar alguém que tem fobia social 

A melhor forma de ajudar quem apresenta um quadro de fobia social é orientá-lo a procurar ajuda profissional, com psiquiatras ou psicólogos.

No entanto, estar presente, oferecer escuta ativa e tranquilizar a pessoa em relação às suas inseguranças são atitudes importantes por parte de amigos e familiares.

É necessário também incentivar que a pessoa exponha-se mais vezes a interações sociais em ambientes seguros, de preferência com pessoas que sejam capazes de acolhê-la e compreendê-la.

Além disso, é importante que a fobia social seja identificada e tratada com antecedência. O tratamento é mais difícil à medida que a pessoa fica madura e marcada pelas experiências negativas causadas pelo transtorno.

Nesse sentido, o papel dos pais é de extrema importância. É preciso identificar os sintomas na criança ou no adolescente e encaminhá-lo para a terapia.

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Hábitos que aliviam os sintomas de fobia social 

Psicólogos e médicos indicam algumas estratégias para lidar com a fobia social. Conheça as mais comuns:

Exposição ao risco

Segundo o Dr. Márcio Bernik, pede-se que, de forma razoável, a pessoa se exponha aos piores medos de forma sistemática, gradual e progressiva.

Este hábito vai permitir à pessoa, aos poucos, ter vivências de sucesso, o que leva à diminuição da ansiedade antecipatória, o sentimento que antecede ao enfrentamento das situações.

Conexões com outros fóbicos sociais

A identificação com pessoas que passam pelo mesmo transtorno pode ser uma ferramenta para unir forças e lidar melhor com o quadro.

Terapia

A terapia psicológica é parte fundamental do tratamento da fobia social, permitindo ao indivíduo o aprimoramento de sua inteligência emocional

O atendimento sistemático com um especialista vai permitir ao indivíduo repensar comportamentos, desconstruir crenças limitantes, entender a raiz e as circunstâncias em que as dificuldades ocorrem e como lidar melhor com elas.

Medicação

A medicação costuma ser a segunda peça chave no enfrentamento à fobia social, pois existe um quadro bioquímico que caracteriza o distúrbio. 

O uso de medicamentos adequados também pode levar ao encurtamento do processo de melhoria ou superação da fobia social.

⚠️ ALERTA: o médico que faz a prescrição de medicação para tratamento de transtornos mentais é o psiquiatra. Agende uma consulta com esse profissional para saber qual remédio é o mais adequado para o seu caso e NÃO se automedique.

Conclusão 

Como vimos acima, existem diferenças entre a timidez clássica e o distúrbio de fobia social.

É preciso estar atento aos sintomas e procurar ajuda profissional o quanto antes caso você se identifique com os relatos abordados no artigo.

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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